30 de abr. de 2015

Em cada página: uma obra de arte ...



No texto que se apresenta nas páginas a seguir, Theodor Müller-Alfeld apresenta um histórico da grafia e do que poderíamos chamar de os primórdios da ilustração, tal como a conhecemos hoje, através do qual relata a sensibilidade artística do escrivão e do que se pode esperar para o ofício dos ilustradores, apesar do avanço da tecnologia. A esta sensibilidade artística, muitas vezes, também se integra a litografia [veja mais detalhes em alemão] / [veja mais detalhes em português], uma vez que pretende reproduzir determinado desenho ilustrativo, aliado à fotografia.
As iniciais, ou letras capitulares ainda hoje exercem grande fascínio sobre algumas pessoas, as quais podem ser comparadas às novas forças criativas citadas por Müller-Alfeld ao final do seu texto, que tem a missão de desenvolver belas imagens, capazes de cativar os leitores aficionados por esta arte decorativa, até o fim dos tempos.
Não vi a necessidade de fazer a transcrição do texto, uma vez que foi impresso na grafia latina, que é algo corrente no nosso dia a dia, por isso ela vem acompanhada apenas e tão somente da respectiva tradução, para que possa ser lida também por aqueles que não dominam o conhecimento da língua alemã.


[Fonte da imagem:
Ueber Land und Meer: Deutsche Illustrierte Zeitung. Stuttgart,
Deutsche Verlags-Anstalt, 1902, Vol. 34, Nº 6]



Ueber Land und Meer: Deutsche Illustrierte Zeitung.
(Imagem encontrada na Internet)


TRADUÇÃO:

Iniciais[1]
Texto: Theodor Müller-Alfeld/Fotos: Hans Retzlaff


Em toda e qualquer biblioteca de principados e mosteiros elas fazem parte dos tesouros mais preciosos, e em uma das mais famosas, que devido ao seu efeito arquitetônico é visitada anualmente por incontáveis milhares de visitantes, a Biblioteca da Fundação Melk, às margens do Danúbio, há pouco tempo vi um grande número delas, bem protegidas atrás do vidro: belos manuscritos bíblicos antigos e magníficos livros de oração, fólios de couro de porco e documentos selados por meio de lacre. Uma forte magia emana deles – dos nobres pergaminhos e papiros, das antigas e indecifráveis escrituras e do espírito de tampos idos, que igualmente foi preservado entre eles.

Mas na maioria das vezes nos cativam estes manuscritos que são executados por meio da arte. Quem tiver alguma vez a sorte de poder folear um volume destes com vagar(?), terá a sensação de estar vivendo uma grande experiência estética. Como parecem sóbrias as letras retas, frias e precisas impressas nos livros do nosso tempo! E mesmo que se possa afirmar das escritas modernas, que a seu modo são belas, é evidente que a sua aplicação é meramente um meio para atingir um fim; na maneira objetiva como são justapostas é que fica explicito que elas nada mais são que um meio de fixação e de compartilhamento do pensamento. Nos antigos manuscritos, ao contrário, a escrita era elevada para expressar um fim em si mesma. Sob as mãos do escrivão de sensibilidade artística, ela renasce a fim de ter vida própria. Cada página tornava-se uma obra de arte, criada muitas vezes por si mesma, devido ao seu efeito artístico, fazendo com que a carga do pensamento tenha que se sujeitar a ser mera coadjuvante.

Uma página, cujos manuscritos e livros desses tempos idos são reproduzidos por esses escritores, geralmente é dominada pelas iniciais; trata-se de letras iniciais de grande formato, que se sobressaem às letras do texto, ou se destacam dele, às quais se acrescentam ricos ornamentos e floreios, dando um destaque significativo ao panorama geral da página. Elas atuam como aberturas festivas a cada início de livro e de capítulo, e graças à sua função de abertura, elas recebem o nome de iniciais/[capitulares], derivadas do latim “initium”, que significa o mesmo que início. Começa-se a encontrar as iniciais em premissas tímidas, já na era arcaica tardia; naquele tempo, em geral, contentava-se em escrever um caractere, de forma que fosse apenas uma fonte um pouco maior e, às vezes, até como um enfoque ornamentativo, com floreios modestos, como se fosse um prelúdio.

No desenvolvimento que se seguiu até a efetiva inicial, não ocorreram mais interrupções nos séculos que se seguiram. O florescimento real da arte das iniciais começou apenas, quando, no século 8, nas ilhas britânicas, na igreja irlandesa, se desenvolveu uma caligrafia única. A sua contribuição mais importante para a história da grafia é o desenvolvimento do design das iniciais/[capitulares] por meio de variados ornamentos em forma de fitas, com o uso simbólico de formatos de animais e de plantas, as quais eram inseridas nos vazios das iniciais. Ao se apreciar esta arte das iniciais de modo contemplativo, não é difícil imaginar de que forma se chegou ao desenvolvimento dessas peculiares artes decorativas dos livros.
Naquela época ainda não se conhecia a impressão do livro como tal; Johannes Gensfleisch, conhecido como Guttenberg, faria sua descoberta inovadora de impressão dos livros, por meio do uso de tipos móveis fundidos, somente sete ou oito séculos mais tarde. Cada bíblia, cada sacramentário, cada lecionário [p. 285] tinha que, até então, ser produzido à mão, após anos exaustivos de trabalho. No início, o destaque dos caracteres, por meio de aumento e de adorno, tinha a finalidade prática e exclusiva de indicar melhor ao padre leitor o início de novos capítulos e parágrafos. Certo dia, um monge absorto em seu recinto, teve a ideia de ampliar o jogo fantasioso dos floreios e ornamentos, a serem desenhados com o auxilio de uma tinta negra obtida a partir da mistura de fuligem e borracha, adicionando-lhe cores. Ele optou pelo vermelho obtido da mistura do cinábrio[2] com a albumina[3], a borracha ou a cola. Agora, repentinamente, havia mais opções para decorar as iniciais/[capitulares]. Podia-se complementar as linhas negras com o uso das vermelhas, aumentando cada vez mais as iniciais/[capitulares], até que finalmente dessem sua marca à página toda e eventualmente circundassem todo o texto desta página com seu admirável enquadramento artístico. Originalmente, dava-se a estas artes decorativas o nome de miniaturas, do latim “minium”, dado ao cinábrio, de onde deriva o “chumbo vermelho” utilizado ainda nos dias de hoje. Não demorou muito, para que se adicionasse outras cores, fazendo com que se chegasse a desenhos cada vez mais magníficos, no que diz respeito aos caracteres decorativos. Nas vitrines dos museus e das grandes bibliotecas guardam-se livros, cujas pinturas decorativas coloridas e até pintadas a ouro representam tesouros incalculáveis. Ao lado de iniciais decorativas, frequentemente, elas mostram, junto às iniciais/[capitulares], a forma inteligente e, muitas vezes, fantasiosa de figuras relacionadas e de toda uma representação baseada no novo e no velho testamentos, que se referem ao conteúdo de cada capítulo e que podem ser vistas como o pontapé inicial da ilustração propriamente dita do livro. Elas devem sua origem, nem tanto ao desejo de ilustrar por meio de imagens, o que era relatado pelo texto, mas muito mais ao propósito de decorar o livro de forma solene e sagrada. A caligrafia dos monges irlandeses, pouco a pouco, tornou-se um exemplo para todo o ocidente cristão, não só devido à alegria provocada pelo jogo fantasioso da pena e do pincel, mas por fim, mas não menos importante, devido à ocorrência de um primeiro aprofundamento do monasticismo nórdico no pictórico, provocado por esse jogo das linhas, das figuras e das miniaturas, que quase se assemelhava à devoção à imagem plástica diante do altar. A este significado profundo correspondiam as crescentes exigências, feitas em relação aos desenhos da bíblia e dos missais manuscritos. Em todo o Império Franco e na Alemanha Central, para onde os monges irlandeses e anglo-saxões haviam levado não só a primeira reforma cristã, mas também a arte de escrever, surgiam nos mosteiros as escolas da escrita, dos quais as de Fulda[4] e as de Reichenau[5] eram as mais famosas. Na era otoniana elas foram determinantes para a concepção de toda a igreja e da própria literatura. Além dos Scriptores [escritores] que, inicialmente, eram os que desenhavam as iniciais/[capitulares] e as miniaturas; agora havia também entre os monges os ilustradores especiais, os pictores [pintores] ou Illuminatores [iluminadores], que, em trabalho conjunto com os escritores, assumiam a ilustração das páginas escritas. Depois da descoberta da técnica de impressão do livro, a profissão do ilustrador continuava sendo uma profissão para cidadãos regulares, que ainda existiu por muito tempo, pois nos livros impressos também não se quis abrir mão da arte decorativa colorida, fazendo com que tivessem que pintar as iniciais/[capitulares] das miniaturas e dos desenhos laterais sobre as folhas de papel dos produtos de impressão seculares  que saíam das impressoras, da mesma forma como os monges astutos o faziam sobre os pergaminhos da bíblia e das Psalterias[6], nos tempos que antecederam a Gutenberg. O futuro das miniaturas, no entanto, neste momento, estavam condenados à extinção, a partir do instante em que os impressores tiveram a ideia de imprimir as iniciais/[capitulares] ao mesmo tempo que imprimiam o texto, inicialmente por meio do uso de xilogravuras e, mais tarde, do uso de carimbos de metal, para que depois de impressas, só precisassem ser coloridas. – A produção técnica/mecanizada das ilustrações dos livros, assim como a introdução da técnica nas demais áreas, que também pertenciam aos artesãos, – trouxe como consequência o declínio dessa atividade, que perdura até os dias atuais, a única coisa boa é que ultimamente estão entrando em cena cada vez mais novas forças criativas, as quais, por um lado, tem como missão desenvolver belas impressões, e por outro visam a manutenção da caligrafia e da produção artística de livros, ocasionalmente, até através do uso de iniciais/[capitulares] dos tempos modernos.


(Tradução: MSc. Helena Remina Richlin)




[1] Notas do texto: Na imagem superior esquerda: a inicial/[capitular] “D” de um Sacramentário de Fulda de ca. de 975 (Biblioteca Universitária de Göttingen); imagem superior direita: a inicial/[capitular] “F” do Códice Ragymdrudis de ca. de 700 da Borgonha (tesouro da Catedral de Fulda); na imagem inferior esquerda: a inicial/[capitular] “J” da introdução sacramental de Fulda, do Sacramentário de Fulda de ca. de 975; na imagem inferior direita: inicio do Evangelho de Lucas, de um Evangelho de Fulda de ca. de 830 (Biblioteca Universitária de Erlangen). Imagens da página 285 – Evangelho da Abdessa Hitda von Meschede de Colônia, início do século XI; primeira página: “Liber Generationis” [Família], com a inicial “L” (Biblioteca do Estado de Darmstadt); inicial “P”, da página do “Paternoster” [Pai Nosso] no Sacramentário de Fulda de ca. de 975 (Biblioteca Universitária de Göttingen); inicial “V”, escrita em ouro, sobre terra roxa, letra inicial/[capitular] do prefácio do Sacramentário de Fulda de ca. de 975.
[2] Nota de tradução: Cinábrio, cinabre ou cinabarita (sulfeto de mercúrio (II) (HgS), vermelhão nativo) é o nome usado para o sulfeto de mercúrio (II) (HgS), o minério de mercúrio comum. O nome vem do grego, usado por Teofrasto e provavelmente foi aplicado a muitas substâncias diferentes. Acreditam que a palavra vem do persa زینجیفرح (zinjifrah), originalmente significando "sangue perdido de dragão”. O Cinábrio foi extraído pelo Império Romano por seu conteúdo e é o principal minério de mercúrio ao longo dos séculos e, geralmente, é encontrado em uma forma massiva, granular ou terrosa, é de cor vermelha viva a cor de tijolo. (In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cin%C3%A1brio. Acesso em: Abr. 2015).
[3] N.T.: Albumina (latim: albus, branco) refere-se de forma genérica a qualquer proteína que é solúvel em água, moderadamente solúvel em soluções salinas, e sofre desnaturação com o calor. Proteínas desta classe são encontradas no plasma, e diferem das outras proteínas plasmáticas porque não são glicosiladas. Substâncias que contêm albuminas, como a clara do ovo, são designadas por albuminoides. (In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Albumina. Acesso em: Abr. 2015.
[4] N.T.: Fulda é uma cidade localizada no estado do Hesse, na Alemanha. (In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fulda. Acesso em: Abr. 2015.
[5] N.T.: A ilha de Reichenau está localizada no Lago Constança, no sul da Alemanha. Está situada entre o Gnadensee e Untersee e unida a terra firme por uma passagem de 400 metros. A ilha tem no seu solo um mosteiro beneditino, fundado em 724 e secularizado em 1799, que  foi o principal foco  artístico  e  literário  durante os séculos IX-XI. (In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Reichenau. Acesso em: Abr. 2015.
 [6] N.T.: Psalterias são músicas escritas para repertórios de quartetos. (In: http://de.wikipedia.org/wiki/Psalteria.  Acesso em: Abr. 2015


As imagens a seguir foram encontradas através de pesquisas realizadas no Google, bem como em capítulos iniciais de alguns livros de acervo e ilustram um pouco do que o autor expõe no texto acima:
























28 de abr. de 2015

Técnica/Prática da Tradução X Busca de Competência

Lendo um artigo que discute propostas didático-metodológicas dos cursos de tradução de diversos países, percebe-se que ainda não há consenso em relação às habilidades, competências e aos conhecimentos necessários para a formação do tradutor.

No Brasil há uma divergência evidente quanto à diretriz didático-metodológica, que pode ser expressa pela dicotomia treinamento prático versus reflexão teórica.

A ideia de levar o tradutor a desenvolver estratégias de tradução está imbuída do espírito de conscientização da complexidade do processo e da necessidade de monitorar suas ações e examinar com cuidado as decisões tomadas ao longo do processo tradutório; resumindo: espera-se que o aprendiz/tradutor se torne autônomo para escolher o caminho mais adequado, selecionando e gerenciando as ações que melhor correspondam aos interesses e às necessidades.

Ao produzir um mapeamento das diversas categorias de conhecimento, habilidades e subcompetências, GONÇALVES e MACHADO apresentam o seguinte (Artigo completo):

"1. Competência linguística na língua materna - envolve os conhecimentos específicos do sistema linguístico estrito da língua materna, ou seja, sua fonética/fonologia, léxico, morfossintaxe e semântica. O grupo PACTE (2003) inclui esse tipo de conhecimento na subcompetência bilíngue.
2. Competência linguística prévia na(s) língua(s) estrangeira(s) - refere-se a um determinado nível de proficiência na língua de trabalho estrangeira (ou L2), sem o qual não se viabilizaria o desenvolvimento da CT; portanto, este seria um pré-requisito para se ingressar no respectivo curso de tradução. Assim como a categoria anterior, esse tipo de conhecimento inclui-se na subcompetência bilíngue, conforme o modelo PACTE (2003).
3. Competência linguística a ser desenvolvida na(s) língua(s) estrangeira(s) - autores como Schäffner e Adab (2000), diferentemente da visão implícita no comentário da categoria anterior, defendem que o desenvolvimento da competência linguística em L2 não precisa necessariamente anteceder o da CT; tais desenvolvimentos podem e devem ser implementados concomitantemente. Há em tal posição uma questão bastante interessante e pertinente para o desenvolvimento dos cursos de tradução, a qual merece atenção em futuras pesquisas da área.
4. Competência pragmática e sociolinguística na língua materna - esta categoria de conhecimentos envolve o domínio de estratégias de processamento macrotextual e de contextualização de enunciados no uso da língua materna. Para Gonçalves (2003), esse tipo de conhecimento inclui-se entre as competências linguísticas de alto nível, apresentando características principalmente de conhecimento declarativo.
5. Competência pragmática e sociolinguística na(s) língua(s) estrangeira(s) - esta categoria de conhecimento envolve o domínio de estratégias macrotextuais e de contextualização de enunciados no uso da(s) língua(s) estrangeira(s). Também inclui-se entre as competências linguísticas de alto nível, segundo Gonçalves (2003).
6. Conhecimento de ambas as culturas das línguas de trabalho - para o grupo PACTE (2003), esse tipo de conhecimento inclui-se na subcompetência extralinguística; Gonçalves (2003), por sua vez, define esta categoria, em parte, como conhecimentos declarativos (ou enciclopédicos, em geral) e também como conhecimentos procedimentais, que envolvem os automatismos e condicionamentos culturais.
7. Conhecimentos temáticos (referentes a áreas especializadas de conhecimento) - esta categoria de conhecimentos pode ser considerada uma subdivisão da categoria acima, conforme a perspectiva de Gonçalves (2003), incluindo especialmente conhecimentos declarativos.
8. Terminologia - essa categoria envolve o domínio ou a utilização apropriada de vocabulário especializado de determinada área de conhecimento; em termos teóricos, entendemos que a competência terminológica representa uma interface entre os conhecimentos temáticos e certos níveis das competências linguísticas.
9. Conhecimentos declarativos sobre tradução - aqui temos especialmente os conhecimentos teóricos sobre tradução; o grupo PACTE (2003) denomina esta categoria como Knowledge about Translation, que é incorporada por Gonçalves (2003).
10. Conhecimento relacionado à prática profissional - esta categoria envolve os aspectos sociointerativos do campo profissional do tradutor, além de incluir habilidades no uso de recursos de pesquisa e referência, repercutindo como um tipo de conhecimento primordialmente procedimental, o qual Gonçalves (2003) denominou competência instrumental/profissional.
11. Conhecimentos relacionados ao uso de fontes de documentação - esta categoria é denominada subcompetência instrumental pelo grupo PACTE e representa uma subdivisão da categoria anterior.
12. Tecnologias que podem ser aplicadas à tradução - esta categoria também envolve prioritariamente conhecimentos procedimentais e pode ser incluída como uma subcategoria do item 10, acima.
13. Conhecimentos operativos/procedimentais sobre tradução - envolve o desenvolvimento de uma série de automatismos na atividade tradutória; inicialmente havíamos contraposto esta categoria à de conhecimentos declarativos. Entretanto, diversos trabalhos têm mostrado que a oposição estanque entre as duas categorias é simplista e improdutiva. Assim, os limites entre os dois tipos de conhecimentos ainda precisam ser pesquisados e reavaliados em termos didático-metodológicos.
14. Aspectos cognitivos - têm especial relação com os conhecimentos procedimentais, ou seja, envolvem a gama de processos mentais inconscientes ou menos conscientes na atividade tradutória.
15. Aspectos metacognitivos - envolvem competências metaconscientes e são consideradas por Gutt (2000) e Gonçalves (2003) como a subcompetência central do processo tradutório, isto é, incluem os mecanismos cognitivos de alto nível que mais caracteristicamente identificam o tradutor competente.
16. Conhecimentos contrastivos - este é um tipo de conhecimento declarativo que envolve a percepção consciente das semelhanças e diferenças entre as competências linguísticas e pragmáticas das duas línguas de trabalho; este foi, por muito tempo, o principal enfoque para a formação do tradutor, especialmente na chamada vertente contrastiva dos estudos da tradução.
17. Aspectos emocionais/subjetivos - esta categoria abre espaço para a discussão da subjetividade e da sua influência sobre o trabalho do sujeito tradutor; tais aspectos são abordados pelo grupo PACTE (2003), por Robinson (1997) e também por Gonçalves (2003), que procuram tirá-los da posição periférica em que se encontram nos estudos da tradução e da cognição, mostrando a sua relevância para a constituição da CT."

***

CT = competência do tradutor e
PACTE (Process in the Acquisition of Translation Competence and Evaluation).

GONÇALVES, José Luiz Vila Real. & MACHADO, Ingrid Trioni Nunes. Um Panorama do Ensino de Tradução e A Busca da Competência do Tradutor. In: Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 1, nº 17, p. 45-69, set. 2008. ISSN 2175-7968. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/6856/6408. Acesso em: Dez. 2008.

15 de abr. de 2015

Dez dicas para o tradutor autônomo

Como ao entrar em um blog, para ler um determinado texto que chamou a atenção, nem sempre se restringe à intenção inicial, encontrei outro post bem interessante, que traz dicas a serem observadas por aqueles que decidiram investir no chamado home-office, que relata "as vantagens e desvantagens de se trabalhar por conta própria, fazer os próprios horários e não ter a cobrança direta de um chefe. Hoje eu pretendo abordar um aspecto mais prático dessa modalidade de trabalho: como organizar seu home-office e sua rotina de autônomo a fim de tirar o maior proveito possível de toda essa flexibilidade, sem comprometer a saúde e a sanidade" (Flávia Souto Maior).

Basta clicar em dicas, lá na segunda linha desta postagem e conferir o texto na íntegra!

Parece literatura, mas sem o livro

Lendo o blog de Carolina Alfaro de Carvalho, A Arte da Tradução, me deparei com o texto: Parece literatura, mas sem o livro, que traça as semelhanças e as diferenças entre tradução literária e legendagem de filmes, que achei muito interessante compartilhar aqui, pois o texto reflete exatamente o que penso sobre essa fatia de mercado!!!