8 de nov. de 2015

Opções de um signo para outro

Na busca por informações teóricas que auxiliem no aprimoramento de teorias e práticas relacionadas à tradução, que sirvam de base comprobatória, de todos os aspectos envolvidos na opção de escolher entre determinada palavra e/ou expressão, em detrimento de outra, cheguei ao artigo de Amanda Scherer e Carla Kader - Os aspectos linguísticos da tradução à luz dos pressupostos teóricos de Roman Jakobson versus a vertente da tradução da linguística de corpus, do qual extraí alguns trechos, pois, de certa forma, eles resumem o processo que ocorre, quando o tradutor se debruça sobre o texto que vai traduzir, pois [ ... ] "a tradução ainda hoje apresenta desafios: às vezes se mostra infiel ao texto original e desafia [os] tradutores a buscarem conhecimentos não só sobre a língua meta, saussurianamente falando, mas sobre os aspectos simbólicos e representacionais da língua".
[...]
"Para  Jakobson "pura e simplesmente qualquer signo pode ser traduzido num outro signo".   [ ... ] "Na concepção do autor, toda experiência cognitiva pode ser traduzida e classificada em qualquer língua existente. Onde houver dificuldades tradutórias, a terminologia poderá fazer empréstimos, calcos, neologismos, transferências semânticas ou circunlóquios. E acrescenta que, mesmo na ausência de determinados processos gramaticais, na linguagem para a qual se traduz, há a possibilidade de tradução literal da totalidade da informação conceitual contida no original".
[ ... ]

[Nas] "palavras de Jakobson: [ ... ] "para o linguista como para o usuário comum das palavras, o significado de um signo linguístico não é mais que sua tradução por um outro signo".
[ ... ]
"Tradicionalmente, a identificação da rede de equivalentes na tradução teria de apoiar-se na intuição e na experiência prévia do tradutor. [ ... ] A faculdade de falar determinada língua implica na faculdade de falar acerca dela, ou seja, a operação metalinguística permite ao tradutor revisar e redefinir o vocabulário empregado", não se trata mera e simplesmente de optar por esta ou aquela palavra e/ou expressão ao bel prazer de sua vontade própria, no momento em que realiza seu trabalho de tradução, mas de obedecer as regras linguísticas que permeiam em cada uma das línguas, sempre em busca de transferir o sentido apresentado pelo original da forma mais adequada, fluente e natural possível. 


SCHERER, Amanda Eloina; KADER, Carla Callegaro Corrêa. Os aspectos linguísticos da tradução á luz dos pressupostos teóricos de Roman Jakobson versus a vertente da tradução da linguística de corpus. Londrina: Entretextos, v. 12, n. 1, p. 132 - 148, jan. / jun. 2012. Disponível em:  http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/viewFile/8952/11600. Pesquisado em novembro de 2015.

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