Os Universais
de Tradução são características linguísticas que ocorrem tipicamente em textos
traduzidos (TC). Baker (1993:243) afirma que estes são independentes da
especificidade das línguas do par no processo de tradução. Assim
sendo, os universais de tradução consistem em seis características comuns nos
textos traduzidos, que são as seguintes:
1)
Simplificação,
2)
evitar repetições do texto de partida (TP),
3)
explicitação,
4)
normalização,
5)
empréstimo (transferência discursiva) e
6)
distribuição lexical distinta.
A simplificação lexical é o processo e/ou
resultado da redução de palavras, manifestando-se em seis tipos de operações:
1) uso de hiperónimos quando não existem
hipónimos na língua de chegada (LC);
2) conceitos do texto de partida expressos
por aproximação;
3) uso de sinónimos familiares ou
comuns;
4) transferência de todas as funções de uma
língua de partida para o seu equivalente na língua de chegada;
5) o uso de expressões próximas em vez de
expressões traduzidas “à letra” e, por último,
6) uso de paráfrase onde existem falhas culturais
entre a língua de partida e de chegada. A nível sintáctico.
Vanderauwera (1985) refere, ao nível
sintáctico, a simplifiação de construções complexas, com substituição de
orações finitas por não finitas, e alteração da ordem de orações intercalares.
No que diz respeito ao nível estilístico, identifica-se
a tendência para se abreviarem frases longas, reduzindo ou omitindo repetições
e informação redundante e encurtando informação desnecessária.
No que diz respeito ao universal de
explicitação, Baker refere exemlos de tradutores que acrescentam
informação para ultrapassar barreiras culturais entre os textos de partida
e de chegada.
Quanto
à normalização, há que atentar na lei da padronização crescente de
Toury, segundo a qual as relações textuais do TP são comumente substituídas por
relações convencionais no TC. O bilinguísmo, a idade, o conhecimento e
experiência do tradutor, assim como a importância da tradução no contexto
cultural poderão influenciar como actua a lei. Toury propõe ainda a
seguinte tendência dessa lei: “quanto mais periféricos o estatuto da
tradução numa determinada cultura, mais a tradução será ajustada aos modelos e
repertórios estabelecidos” (Toury, 1995: 271).
O universal da transferência discursiva diz respeito às
intromissões modelares das construções textuais de partida no texto de chegada,
dependendo igualmente da experiência profissional do tradutor e do contexto
sócio-cultural em que este se encontra.
Por: Filipe Leite, Inês Sequeira e Manon Stroobandt
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