8 de nov. de 2015

Universais da Tradução (Backer)

Os Universais de Tradução são características linguísticas que ocorrem tipicamente em textos traduzidos (TC). Baker (1993:243) afirma que estes são independentes da especificidade das línguas do par no processo de tradução. Assim sendo, os universais de tradução consistem em seis características comuns nos textos traduzidos, que são as seguintes: 

1) Simplificação,
2) evitar repetições do texto de partida (TP),
3) explicitação,
4) normalização,
5) empréstimo (transferência discursiva) e
6) distribuição lexical distinta.

simplificação lexical é o processo e/ou resultado da redução de palavras, manifestando-se em seis tipos de operações:

 1) uso de hiperónimos quando não existem hipónimos na língua de chegada (LC); 
 2) conceitos do texto de partida expressos por aproximação; 
 3) uso de sinónimos familiares ou comuns; 
 4) transferência de todas as funções de uma língua de partida para o seu equivalente na língua de chegada; 
5) o uso de expressões próximas em vez de expressões traduzidas “à letra” e, por último, 
6) uso de paráfrase onde existem falhas culturais entre a língua de partida e de chegada. A nível sintáctico.

Vanderauwera (1985) refere, ao nível sintáctico, a simplifiação de construções complexas, com substituição de orações finitas por não finitas, e alteração da ordem de orações intercalares.   

No que diz respeito ao nível estilístico, identifica-se a tendência para se abreviarem frases longas, reduzindo ou omitindo repetições e informação redundante e encurtando informação desnecessária.

No que diz respeito ao universal de explicitação, Baker refere exemlos de tradutores que acrescentam informação para ultrapassar barreiras culturais entre os textos de partida e de chegada.

Quanto à normalização, há que atentar na lei da padronização crescente de Toury, segundo a qual as relações textuais do TP são comumente substituídas por relações convencionais no TC.  O bilinguísmo, a idade, o conhecimento e experiência do tradutor, assim como a importância da tradução no contexto cultural poderão influenciar como actua a lei. Toury propõe ainda a seguinte tendência dessa lei: “quanto mais periféricos o estatuto da tradução numa determinada cultura, mais a tradução será ajustada aos modelos e repertórios estabelecidos” (Toury, 1995: 271).


        O universal da transferência discursiva diz respeito às intromissões modelares das construções textuais de partida no texto de chegada, dependendo igualmente da experiência profissional do tradutor e do contexto sócio-cultural em que este se encontra.

Por: Filipe Leite, Inês Sequeira e Manon Stroobandt


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