... O conceito de traduzibilidade, da forma
como é posto por Benjamin, constitui um conceito atravessado pelo influxo
melancólico: ele pressupõe a aceitação de uma distância, de uma separação de um
fundo textual reconhecido como anterior, [o que] implica na destruição
voluntária desse texto anterior e sua reconstituição, em outro tempo, em outra
língua, em outra cultura, enfim em uma situação de alteridade ou outridade
radical.
As normas fundamentais que governam a “equivalência” de entidades semióticas na tradução são; a Adequação, quando a tradução estás mais próxima do texto de partida; e a Aceitabilidade quando está mais próxima do texto de chegada.
[ ...]
Não por acaso, pois, Benjamin irá ligar a
traduzibilidade à questão de definir [ ... ] o que vem a ser esse processo e o
produto desse processo denominado tradução. [ ... ] Defenderá a ideia de
tradução como um transplante para um terreno "ironicamente" mais
definitivo, a partir do qual o original não poderá mais continuar a migrar, sob
pena de se transformar em outro: original de original, portanto um não
original, uma falsificação.
[ ... ]
Cada
língua se comunica a si mesma; ou melhor, cada língua se comunica a si mesma,
em si mesma. Em realidade, ela é o meio de comunicação.
Toury
refere que a traduzibilidade é parte integrante do
processo de tradução. A traduzibilidade pode ser condicionada perante o que se
escolhe como invariante na entidade semiótica, e quando existe mudança ou não
de canal durante a transmissão da mensagem, e será mais elevada mediante estas
cinco condições:
· 1) A traduzibilidade é alta quando um par
de linguagens é do mesmo tipo ou família linguística;
· 2) A traduzibilidade é alta
quando existiu uma evolução cultural em linhas paralelas, mesmo quando não
existiu contacto directo;
· 3) A traduzibilidade é alta
quando existe contacto entre duas línguas, mesmo que não sejam do mesmo tipo;
· 4) A traduzibilidade é alta quando
existe apenas um tipo de informação a ser traduzida, e diminui com a existência
de outros tipos de informação e/ou com o grau de complexidade da informação
dentro do texto;
· 5) A traduzibilidade é alta quando a
diferenciação sistêmica intrínseca (dialectal, registo,
estilística) produz valores semelhantes.
Os universais
culturais recorrentes das condições de traduzibilidade são;
a intromissão modelar, e a simplificação,
explicitação ou maior grau de sofisticação decorrentes da posição
relativa entre sistemas, ou seja, se o sistema for mais desenvolvido ao
passar para outro sistema menos desenvolvido poderá ser compactado, ou até
perder informação. Por outro lado, se a mensagem a transmitir partir de um
sistema primitivo para um outro complexo, a mensagem tende a ser também mais
complexa.
As normas fundamentais que governam a “equivalência” de entidades semióticas na tradução são; a Adequação, quando a tradução estás mais próxima do texto de partida; e a Aceitabilidade quando está mais próxima do texto de chegada.
Bibliografia:
In: Cadernos de Tradução. Florianópolis: G. T. Tradução / UFSC, 1996.
LAL,Telma & GRILO, João. In: Blogue de apoio à disciplina Tradução para os Média da
licenciatura em Tradução da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Acesso em: nov. 2015.
© Helena Remina Richlin
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