18 de out. de 2014

Princípios Tradutológicos

Segundo Jirí Levy:

  • Uma tradução tem que reproduzir as palavras do original;
  • Uma tradução tem que reproduzir as ideias do original;
  • Uma tradução deve poder ser lida como uma obra original;
  • Uma tradução deve ser lida como uma tradução;
  • Uma tradução deveria espelhar o estilo do original;
  • Uma tradução deveria mostrar o estilo do tradutor;
  • Uma tradução deveria ser lida como pertencente ao tempo do original;
  • Uma tradução deveria ser lida como pertencente ao tempo do tradutor;
  • Uma tradução pode, frente ao original, acrescentar ou abandonar algo;
  • Uma tradução não deve nunca, frente ao original, acrescentar ou abandonar algo;
  • Uma tradução de versos deveria ser em prosa;
  • Versos deveriam ser traduzidos em versos.


Há ainda estudos que visam discutir uma compreensão do papel exercido pelo(a) tradutor(a), baseados nas seguintes hipóteses:

        
  1.       o (a) tradutor(a) é um(a) escritor(a) dos textos que produz, então, ele(a) tem autoridade para manipulá-lo, para invertê-lo e para recriá-lo, de modo que enriqueça a cultura-alvo e a língua-alvo;

    2.    a autoridade do(a) tradutor(a) está limitada a certos fatores que afetam seu trabalho, suas escolhas e suas decisões, que são: contexto, interpretação e intenção. O(A) tradutor(a) trabalha dentro das linhas (dos limites) que estes fatores criam;

    3.    finalmente, o(a) tradutor(a) torna-se visível ou invisível. Este estado do(a) tradutor(a) depende da quantidade de intervenções criativas que ele(a) opte fazer no texto e isto, por sua vez, depende da influência que elas exercem sobre estes fatores.

De acordo com os princípios de Dolet:


a) o(a) tradutor(a) deve compreender totalmente o sentido e o significado do original produzido pelo(a) autor(a), apesar de ter a liberdade de esclarecer eventuais trechos obscuros.
b) o(a) tradutor(a) deve conhecer perfeitamente, tanto a língua de origem (SL), quanto a língua-alvo (TL);
c) o(a) tradutor(a) deve evitar a tradução palavra-por-palavra;
d) o(a) tradutor(a) deve usar um vocabulário que seja do senso comum;
e) o(a) tradutor(a) deve escolher e ordenar as palavras apropriadamente, de modo a alcançar o tom apropriado.


Dryden
, por sua vez, publicou sua própria categorização:
     
1.  Metáfrase: tradução palavra-por-palavra, linha-por-linha, o que corresponde à tradução literal;
2.   Paráfrase: tradução latitudinal, na qual o(a) autor(a) é mantido(a) pelo olhar do(a) tradutor(a), embora suas palavras não sejam seguidas estritamente em seu sentido, o que corresponde à tradução fiel, de acordo com o sentido;
3.  Imitação: abandonando as duas, tanto as palavras, quanto o sentido, o que corresponde à tradução livre de Cowley, ou seja, mais ou menos uma adaptação.


Tytler
 afirma que a paráfrase iria levar o(a) tradutor(a) à perda exagerada na tradução. Sua teoria sustentava que:

a)   o(a) tradutor(a) deveria proporcionar uma transcrição completa (fiel) das ideias da obra original;
b)  o estilo e a forma de escrever deveriam ter as mesmas características do original;
c)   a tradução deveria reproduzir todas as questões apresentadas pelo original.



       Para Schleiermacher o(a) "verdadeiro(a)" tradutor(a) deveria usar uma destas duas estratégias: alienar ou naturalizar.

Já de acordo com a teoria de Nida esta teoria é construída sobre a premissa de que a mensagem do original deve ser traduzida, de modo que a sua recepção seja a mesma propiciada ao receptor que tenha acesso ao original, o que Nida chama de principio de efeito de equivalência.

Enquanto que, de acordo com a argumentação de Derrida, a tradução é uma expansão do texto original e apesar da tradução, o original continua vivo e sobrevivendo.

E para Lawrence Venuti, um(a) tradutor(a) traduz fluentemente, para produzir um texto-alvo (TT) idiomático e legível, o que leva a criar uma ilusão de transparência.


      
       In:  CADERNOS DE TRADUÇÃO / Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Comunicação e Expressão. G.T. Tradução. – n° 3 (1998). Florianópolis: G.T. Tradução,1996. Páginas 91-92. 

      FURLAN, Mauri. Possibilidade(s) de Tradução(ões). Cadernos de Tradução, [S.l.], v. 1, n. 3, p. 89-111, jan. 1998. ISSN 2175-7968. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/5379/4925>. Acesso em:  Out. 2014. doi:http://dx.doi.org/10.5007/5379.


      SULAIBI, Dia. The Translator as Writer: Exploring the Creative Force of Translation. Germany: LAP LAMBERT Academic Publishing. 2012. Disponível em: https://www.academia.edu/26606131/The_Translator_as_Writer.pdf. 
        Acesso em jul. 2016.


© Helena Remina Richlin

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